Localização: Rua Dom José Alves Correia da Silva, localidade de Cruz D ́Areia, freguesia de Leiria, Pousos Barreira e Cortes
Área de implantação: 1 815,6 m²
Área Bruta de Construção: 2 903.19 m²
Arquitetura: Arq.ª Aline Guerreiro

O presente projeto refere-se à construção de um complexo habitacional coletivo, com 23 fogos e muros, com demolição das edificações existentes.

Proposta

Todo este projeto foi concebido considerando sempre a preservação arquitetónica da envolvente, respeitando o lugar, dando preferência a materiais naturais e vegetais que dignificassem o enquadramento não desvirtuando nem desvalorizando os edifícios existentes.

Procurou-se aliás o enquadramento com as construções envolventes através das opções volumétricas, de cobertura e materiais de acabamento selecionados. O aglomerado de cortiça expandida é um material natural de características térmicas e acústicas excelentes, além de ser um material 100% natural e nacional o que valoriza não só a nossa economia como potencializa a obtenção de uma excelente performance do edifício em termos térmicos e acústicos, podendo ainda ser utilizado “à vista” como é sugerido no desenho que é proposto. Sendo alternado com o revestimento em sistema ETICS também em aglomerado de cortiça, com acabamento na cor branco, como é apresentado nas imagens realistas e no desenho de pormenor, respetivamente.

A opção por colocação de floreiras em todos os pisos e coberturas verdes prende- se com a necessidade emergente de tornar as nossas cidades cada vez mais “verdes” indo ao encontro das tão aclamadas smart cities onde o fundamental é tomar decisões que promovam, entre outras ações, uma melhoria da qualidade de vida nas cidades, promovendo as que fomentem por exemplo a qualidade do ar. Ora, as opções verdes nos edifícios são verdadeiros sumidouros de carbono e libertadores de oxigénio o que contribui para um melhor ambiente construído.

A sua volumetria é de forma simples, de proporções e escala relacionadas com a dimensão humana. Os vãos envidraçados para o exterior foram desenhados nas várias orientações de forma a obterem uma classificação energética melhorada aquando da sua realização.

A solução de projeto procura contribuir para a harmonia ambiental, urbanística e funcional do local. Para definição do afastamento dos edifícios, considerou-se os afastamentos e alinhamentos das edificações existentes na envolvente, os afastamentos regulamentares e a própria configuração da planta.
O edifício insere-se numa zona predominante de habitação coletiva e confronta com arruamentos públicos nos lados Norte e Poente. A proposta acompanha a topografia natural do terreno e enquadra-se na envolvente próxima quanto à altimetria, volumetria, uso, tipologia e aos materiais de construção e acabamentos, pelo que se considera que se enquadra urbana e paisagisticamente com o edificado envolvente.

A proposta compreende a construção de um edifício destinando a habitação multifamiliar com 23 fogos, distribuídos da seguinte forma:
• 2 x T0;
• 5 x T1;
• 7 x T2;
• 3 x T3;
• 6 x T4;

Acima da cota de soleira o edifício desenvolve-se em quatro pisos, um recuado e um piso técnico que consiste de: caixas de elevadores, saídas de emergência e acesso à cobertura. No volume criado por este corpo, encaixou-se a sala de condomínio.

Optou-se por colocar a sala de condomínio neste nível (em vez do piso da cave) por questões de salubridade, para que o ruido não seja incómodo para os restantes moradores e também para que seja aproveitada a vista do castelo. O fácil acesso ao exterior/cobertura em caso de fuga foi outro motivo que nos levou tomar esta decisão. Abaixo da cota de soleira, criaram-se duas caves para estacionamento e arrumos.